Na Casa Monte Alegre aprender significa ampliar o olhar, a escuta, os modos de pensar e perceber a si e ao mundo.
Como fazemos isso? Afirmando o campo sensível como eixo norteador da nossa prática pedagógica e criando uma metodologia que prioriza a relação, o contato, a expressão singular das crianças e adultos. Assim, construímos um cotidiano com artes, corpo e natureza, promovendo um espaço-tempo de cuidado, saberes e experimentação sensorial.
Investimos nas oficinas curriculares com profissionais de diferentes áreas e saberes, atentos em como as crianças se relacionam consigo, com outro e com o meio.
O processo pedagógico de descoberta de si e do outro se dá em conjunto com a ampliação da potência criadora e o aprendizado de processos e técnicas de criação.
A dança é uma linguagem artística que propicia muitos encontros afetivos. Para as crianças é uma ferramenta muito potente, que estimula a construção da subjetividade, a noção e cuidado de si, e a elaboração das sensações internas não nomeáveis. Essa linguagem é uma ferramenta que incentiva a criança a expressar e comunicar ao mundo que pertence a ela, estabelecendo relações e transformando seu entorno.
Nos nossos encontros a dança aparece como brincadeira. Afetamos com os encontros, com as crianças e improvisamos com elas. Temos o prazer de experimentar desafios para nossos corpos, brincando com diferentes movimentos, como giros, saltos e rolamentos. A partir da brincadeira, os elementos da dança aparecem naturalmente na investigação de cada criança com seu corpo e com o espaço. Nas suas pesquisas individuais, observamos transferência de peso, apoios, velocidades e qualidades diferentes de movimento. E a partir disso, criamos coreografias breves, gestos que se repetem e conquistam o grupo todo, ou investigações individuais, que as crianças pesquisam com muita dedicação.
A criança aparece aqui como autora e não reprodutora de gestos padronizados. Elas são criadoras e com isso, produzem cultura e transformam o mundo. Elas refletem sobre o espaço e o transformam com facilidade, criando diversos ambientes. Com apenas um tecido, cabanas se transformam em mar, mar se transforma em canoa, canoa em caverna, etc. Novas percepções do mundo aparecem em brincadeiras efêmeras, que se transformam rapidamente, construindo e desconstruindo sentidos.
Sou bióloga e Mestre em Educação e desenvolvo há 8 anos um trabalho de Educação Ambiental e Ensino de Ciências como professora e coordenadora pedagógica na Ecobé.
Na Casa Monte Alegre estou desenvolvendo um projeto sobre as relações entre Alfabetização Ecológica e Cultura Popular.
A Alfabetização Ecológica é um processo que busca reconectar os seres humanos às leis naturais e entende que esse é um processo crucial e urgente a ser realizado desde agora. Toda a crise ambiental nasce de um descompasso entre o consumo humano e a capacidade de recuperação da Terra e os efeitos desses impactos afetam as sociedades de maneira profundamente desigual. Fomentar comunidades sustentáveis tem a ver com reconhecer não só a dimensão ambiental, mas também social da Sustentabilidade.
A valorização de culturas locais e populares possibilita darmos sentido às leis naturais, construindo um senso de pertencimento, valorização e engajamento com o lugar do mundo que habitamos. Criar referências naturais para a passagem do tempo e para a nossa localização, por exemplo, nos conecta à vida e a Cultura Popular expressa essa conexão das mais diversas formas, como no folclore, na música, nos brinquedos e nos cuidados diários uns com os outros.
Com as crianças menores, minha busca tem sido ampliar a percepção para a natureza em seus múltiplos aspectos a partir da exploração das potências do próprio corpo. Coletamos folhas, comparamos texturas, cheiros, tamanhos… e conversamos sobre como isso afeta nosso corpo. O que traz calma, o que espeta ou o que é cheiroso. Ao longo do ano iremos explorar a potência do corpo e dos sentidos e como esses nos conectam ao lugar onde estamos.
Com as crianças de 4 a 5 anos, integro a investigação à criação. A partir das explorações propostas, as crianças são capazes de protagonizar processos investigativos e construções para solucionar problemas e/ou para dar vazão à criatividade. Com esse grupo refletimos sobre o papel da imaginação tanto na cultura como nas ciências e sobre como tudo o que é novo emerge do que já existe e do que já conhecemos.
Em todos os grupos, ao longo dos encontros, busco desenvolver habilidades relativas às Ciências da Natureza, mas que são ferramentas para a vida como um todo. Aprofundar e desenvolver a capacidade de observar, colaborar, comparar, descrever… podem tanto ampliar a nossa realidade como criar um mundo melhor.
Somos sensório-motores! Bebês, Crianças, jovens, adultos, idosos. Somos sensação, percepção, emoção, pensamento. Tudo junto e misturado em cada instante, em cada ato motor.
ISso significa que antes da linguagem, estabelecemos relações com o mundo através do corpo, com perceptos e afectos.
Quando a linguagem se estabelece, tentamos viver na linguagem, o que é uma impossibilidade, pois vivemos com sensoriomotor e falamos sobre o que vivemos com a linguagem. Assim é o desenvolvimento psicomotor de uma criança. Ela vai construindo seu universo da linguagem a partir do que vivencia nas relações que experimenta.
Nos encontros de psicomotricidade, utilizamos materiais como bolas, tecidos, bambolês, música, voz do professor, o corpo do professor (brincadeiras com o corpo) como ferramentas para estabelecer um diálogo corporal com a criança. Assim ela vai descobrindo sua força, seu tamanho, sua forma de estar no grupo, suas negociações com grupo e percebendo o meio ao seu redor, descobrindo o que pode e o que não pode, num jogo corporal relacional.
Brincamos muito! Brincamos de pique pega, de pique esconde, de construir casinha, estabelecendo relação de confiança para correr o risco de crescer. Para crescer, precisamos de confiar e experimentar o tamanho de nossas pernas. Brinquemos! Pois brincar é assunto muito sério no desenvolvimento de uma criança.
A proposta de Psicomotricidade para as crianças da Casa Monte Alegre é um trabalho que favorece a formação delas, uma vez que lança mão de um olhar cuidadoso para cada criança em um processo lúdico de descobrimento dos seus corpos e subjetividades em relação.
As brincadeiras e os jogos, que são nossos recursos de encontros e presença, proporcionam um campo de alegria e afetos que faz circular as questões que vamos cuidando através do movimento, tais como: agressividade, timidez, raiva, necessidade de acolhimento e entrosamento com o grupo.
A “hora” da Psicomotricidade, como as crianças nomeiam, é hora de expressar, de trazer para fora o que angustia, um espaço para cada um colocar suas necessidades singulares, participando da forma que é possível para si.
Dessa maneira, Érika e Hugo buscam estar disponíveis corporalmente e atentos para trabalhar na espontaneidade com as crianças, enriquecendo as relações e dando ferramentas (emocionais, cognitivas, artísticas) para seus corpos, de modo que elas se desenvolvam o melhor possível.
Sou Barbara Vento, atriz, musicista e realizadora. Nascida em Altamira (PA), moro no Rio de Janeiro desde 2001. Formada em Artes Cênicas e direção cinematográfica. Diretora Musical do grupo Paideguará, fundadora do projeto Carimbaby. Professora de musicalização infantil desde 2011 na Casa Monte Alegre.
Desde que iniciei minhas atividades artísticas, me interesso pelo universo da cultura popular brasileira, no sentido de servir como base para processos de criações artísticas e experimentações pedagógicas e coletivas.
A música é para as crianças como água para as baleias.
Nossos encontros visam estimular a sensibilidade musical com atividades onde expressamos sensações e exploramos os ritmos corporais. As crianças tocam os instrumentos e vivenciam diversas situações de interação por meio de gestos, danças, jogos, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de suas habilidades sensoriais, especialmente as sonora.
Entendemos que o canto, a dança, o movimento e as brincadeiras cantadas ampliam apreciação da música, a interação do grupo (coletivo), o repertório, a percepção rítmica, a concentração, a ocupação do ambiente. Tudo isso com ludicidade e relação.
Olhamos olhos nos olhos, tocamos, brincamos e aos pocuos um sabe o que o outro gosta, seja um instrumento, um ritmo, uma musica, uma dança. Ficamos bem próximos.
Meu trabalho de musicalização infantil na Monte Alegre sempre privilegia a identidade musical singular das raízes nortistas, da contemporaneidade à teatralidade, realizando uma construção de brincadeiras, composições sobre os temas abordados pelas crianças e educadoras, além de percussão corporal, performances e contação de histórias. Tudo isso está presente em nossos encontros, variando as intensidades de acordo com o movimento e interesse de cada grupo.
Atriz formada pela CAL desde 2001, contadora de histórias, arte educadora, possui licenciatura em Teatro pela UNESA e graduanda de pedagogia.
Na oficina Vivendo Histórias as crianças vivenciam uma experiência lúdica e divertida em meio ao universo teatral e literário com muito respeito e liberdade para explorar e fazer muita arte. Aprendemos com o outro e com os contos como comunicar, relacionar e contar sua própria história.
O fazer teatral é uma forma de comunicação mais remota da história da humanidade. Promove a união, confraternização e troca de experiências.
Vivendo Histórias é uma oficina lúdica, onde o brincar de fazer teatro, ouvir e contar histórias traz aconchego, alegria e afeto, além de contribuir com a educação, criatividade e pensamento humanitário da criança.
Javier Naszewski, argentino, músico e professor, mora no Brasil desde 2000, em 2007 iniciou a prática na capoeira de Angola, com o mestre Claudio Nascimento no grupo Volta ao mundo. Atualmente realiza oficinas de Capoeira infantil em diferentes escolas.
Ministrou oficinas de percussão e iniciação musical em creches e escolas do município através do projeto Ocupa Escola e a Fanfarrada.
Na Capoeira Percussiva o ponto de partida é o ritmo do berimbau, do pandeiro, do atabaque e do mágico agogô.
Através das canções apresentamos para as crianças movimentos, historias, folclores e brincadeiras de forma lúdica e gradual, conforme a idade, os interesses e habilidades de cada um e do grupo.
Na Roda, onde começamos nossos encontros, buscamos fortalecer o lugar da fala e da escuta de cada criança, visando explorar o diálogo e assim realizar atividades coletivas.
Com os jogos e canções, trabalhamos desenvolvimento do equilíbrio, postura, reflexos, integração, musicalidade, escuta e dicção. Além de dar continuidade a essa tradição ancestral transmitida oralmente que é a Capoeira de Angola.
Um espaço de experimentação em que as crianças vivenciem, através de brincadeiras, recortes, colagens, construção de brinquedos e manipulação de equipamentos fotográficos analógicos e digitais, as possibilidades do olhar, do registro da imagem e da construção de imagens.
A fotografia e o audiovisual tornam-se mediações para ampliar a percepção do universo imagético e visual, e, através da luz, das cores, das sombras, do recorte, construir um olhar para o mundo, para o outro e para si próprias.
A metodologia é organizada em encontros semanais em que as crianças terão vivências de percepção, construção e registro de imagens, através da criação com materiais analógicos, como caixas, isopor, lápis de cor, e da observação da luz e seus componentes, como a sombra, reflexos e as cores. As oficinas são pautadas por dispositivos, ou seja, propostas norteadoras que buscam envolver o grupo na observação do ambiente, dos objetos, dos próprios corpos, através de “brinquedos e jogos de olhar”.
Essa sensibilização pretende trabalhar os modos de ver, relacionando-se com o espaço e objetos através da visualidade. Alguns jogos e vivências envolvem câmeras analógicas, digitais, experimentos fotossensíveis, telas de projeção e sensibilização através de vídeos, música, fotografia e outros elementos audiovisuais.
Sou contrabaixista, estudei contrabaixo acústico erudito no Conservatório de Tatuí em São Paulo, no Instituto de Bellas Artes em Bagé – RS e cursei Licenciatura em Música na Federal do Pampa.
Trabalhei com musicalização infantil e iniciação ao violão para crianças e adultos em São Luis- MA.
Atuo também na àrea da musicoterapia com mulheres com cancer de mama, sobre a orientação da mestra em musicoterapia Ana Maria Delabary em Bagé- RS.
A música na área da educação infantil exerce vàrios papéis importantes nos quais são de grande importância a serem frisados e desenvolvidos como:
Na casa monte Alegre, Sons do Mundo será uma prática de cantos, encantos e descobertas.
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